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Geni E O Zepelim - Chico Buarque.lrc

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[00:12.597][Verso 1]
[00:15.620]De tudo que é nego torto
[00:18.011]Do mangue e do cais do porto
[00:21.337]Ela já foi namorada
[00:25.195]O seu corpo é dos errantes
[00:27.996]Dos cegos, dos retirantes
[00:31.205]É de quem não tem mais nada
[00:35.187]Dá-se assim desde menina
[00:37.569]Na garagem, na cantina
[00:40.604]Atrás do tanque, no mato
[00:44.506]É a rainha dos detentos
[00:46.784]Das loucas, dos lazarentos
[00:50.000]Dos moleques do internato
[00:54.129]E também vai amiúde
[00:56.418]Com os velhinhos sem saúde
[00:59.714]E as viúvas sem porvir
[01:03.647]Ela é um poço de bondade
[01:06.053]E é por isso que a cidade
[01:09.304]Vive sempre a repetir
[01:11.706][Refrão]
[01:13.153]Joga pedra na Geni
[01:15.537]Joga pedra na Geni
[01:17.920]Ela é feita pra apanhar
[01:20.178]Ela é boa de cuspir
[01:22.564]Ela dá pra qualquer um
[01:24.521]Maldita Geni
[01:26.482][Verso 2]
[01:27.268]Um dia surgiu, brilhante
[01:29.773]Entre as nuvens, flutuante
[01:33.251]Um enorme zepelim
[01:37.185]Pairou sobre os edifícios
[01:39.504]Abriu dois mil orifícios
[01:42.807]Com dois mil canhões assim
[01:46.634]A cidade apavorada
[01:49.009]Se quedou paralisada
[01:52.372]Pronta pra virar geleia
[01:56.213]Mas do zepelim gigante
[01:58.576]Desceu o seu comandante
[02:01.645]Dizendo: mudei de ideia
[02:05.863]Quando vi nesta cidade
[02:08.259]Tanto horror e iniquidade
[02:11.482]Resolvi tudo explodir
[02:15.637]Mas posso evitar o drama
[02:18.028]Se aquela formosa dama
[02:21.213]Esta noite me servir
[02:23.982][Refrão]
[02:24.954]Essa dama era Geni
[02:27.259]Mas não pode ser Geni
[02:29.640]Ela é feita pra apanhar
[02:31.849]Ela é boa de cuspir
[02:34.176]Ela dá pra qualquer um
[02:36.581]Maldita Geni
[02:37.922][Verso 3]
[02:38.798]Mas de fato, logo ela
[02:41.282]Tão coitada e tão singela
[02:44.454]Cativara o forasteiro
[02:48.347]O guerreiro tão vistoso
[02:50.769]Tão temido e poderoso
[02:53.696]Era dela, prisioneiro
[02:57.753]Acontece que a donzela
[03:00.122]E isso era segredo dela
[03:03.345]Também tinha seus caprichos
[03:07.130]E a deitar com homem tão nobre
[03:09.395]Tão cheirando a brilho e a cobre
[03:12.683]Preferia amar com os bichos
[03:16.475]Ao ouvir tal heresia
[03:18.848]A cidade em romaria
[03:22.111]Foi beijar a sua mão
[03:25.880]O prefeito de joelhos
[03:28.250]O bispo de olhos vermelhos
[03:31.401]E o banqueiro com um milhão
[03:33.751][Refrão]
[03:35.200]Vai com ele, vai Geni
[03:37.552]Vai com ele, vai Geni
[03:39.901]Você pode nos salvar
[03:42.235]Você vai nos redimir
[03:44.586]Você dá pra qualquer um
[03:46.588]Bendita Geni
[03:49.302][Verso 4]
[03:49.592]Foram tantos os pedidos
[03:51.818]Tão sinceros, tão sentidos
[03:55.118]Que ela dominou seu asco
[03:59.256]Nessa noite lancinante
[04:01.451]Entregou-se a tal amante
[04:04.621]Como quem dá-se ao carrasco
[04:08.491]Ele fez tanta sujeira
[04:10.786]Lambuzou-se a noite inteira
[04:13.483]Até ficar saciado
[04:17.862]E nem bem amanhecia
[04:20.184]Partiu numa nuvem fria
[04:23.514]Com seu zepelim prateado
[04:28.718]Num suspiro aliviado
[04:32.014]Ela se virou de lado
[04:36.059]E tentou até sorrir
[04:40.540]Mas logo raiou o dia
[04:43.197]E a cidade em cantoria
[04:46.500]Não deixou ela dormir
[04:50.532][Refrão ]
[04:50.910]Joga pedra na Geni
[04:52.881]Joga bosta na Geni
[04:55.398]Ela é feita pra apanhar
[04:57.445]Ela é boa de cuspir
[04:59.860]Ela dá pra qualquer um
[05:01.791]Maldita Geni
[05:04.449]Joga pedra na Geni
[05:06.681]Joga bosta na Geni
[05:09.068]Ela é feita pra apanhar
[05:11.352]Ela é boa de cuspir
[05:13.577]Ela dá pra qualquer um
[05:15.461]Maldita Geni
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De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geleia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo: mudei de ideia
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniquidade
Resolvi tudo explodir
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
E isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni